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quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Perplexidade na passagem dos séculos XX para XXI

Na passagem do sec.XX para o XXI, surge em todas as partes uma perplexidade, filosofica ,cientifica, existencial e como costuma acontecer na história, mudanças esperadas tomam caminhos diferentes.
A tecnologia se desenvolve extremamente e a comunicação passa a ser global.
Segundo Marcos Troyjo, os valores também começam a ser questionados globalmente.
É aceita  a ideia dos anos 90, de que democracia representativa e economia de mercado, eram os melhores parâmetros para a organização da sociedade.
Num retrospecto que nos  remete aos idos de 1992  encontramos as seguintes características:
Extinção da União soviética e o subsequente " fim da história" que segundo Francis Fukuyama, levariam a uma era de conjunção entre democracia e livre mercado.
2) Acabada a guerra fria os EUA eram elevados à condição de "hiper-potência".
3) A ascensão econômica da Asia ,tendo o Japão à frente.
4) O mundo se orienta em torno de blocos econômicos regionais, tendo como exemplo a "integração europeia.
Em 2012observamos
1)  Conflitos e tensões " multiplataformas" ( terrorismo, crítica intra-Ocidente à ordem liberal,ciber-vandalismo).
Em vez do " fim da história", a emergência de"poli-histórias"
2) Os EUA em crise existencial pela grande recessão de 2008 e o pesado legado da guerra ao terror e das custosas incursões no Iraque e no Afeganistão.
.3) A ascensão da Asia liderada pela China.
4) O estancamento das dinâmicas de integração regional e o ressurgimento do Estado-Nação como protagonista ( as relações internacionais entendidas como relação entre Nações).
" Ou seja , em 20 anos deixamos a globalização intensa  em direção a um risco de desglobalização"---surgindo em nível internacional a ausência de uma "bussola de valores" de como o mundo deve se organizar.
Surge em nível internacional um ciclo de reajustes tanto nos EUA como na Europa, donde o mundo,depois de ressaltar a importância de estados-nações como os Brics, como voz crítica, surgirá com uma "neoglobalização" mais permeada de  tecnologia.
(1)

1.TROYJO,Marcos A volta do Estado-nação.Folha de São Paulo.Tendências/Debates.19,set.2012.


1. Desglobalização- Inicío ?



BREXIT. O reino de fora.Folha de São Paulo,Mundo Especial A13.25.jun.2016. 


Em 2016,depois de 43 anos de aderência à União Europeia o Reino Unido decide deixa-la como 
resultado de um plebiscito e derruba premier ,mercados e mergulha os blocos em incertezas.."(1)
Se ‘pós-verdade’ foi eleita recentemente o verbete do ano pelo dicionário Oxford – uma das publicações que orientam o uso da língua inglesa no mundo –, agora a palavra Brexit foi oficialmente adotada pelo prestigiado compêndio anglófilo. E a nova palavra vai constar nas próximas edições do dicionário com a inicial “B” em letra maiúscula.
. A palavra Brexit, popularizada neste ano pela imprensa britânica e mundial, surgiu em 2012, “provavelmente seguindo o padrão de Grexit” (ou saída grega), criada anteriormente no mesmo ano para indicar uma possível saída da Grécia da União Europeia, informa o dicionário Oxford.
A Grécia não saiu e a palavra Grexit acabou esquecida. Já o Reino Unido deu um inesperado tchau para a UE e a palavra Brexit veio para ficar — definitivamente.(2)

1. BREXIT. O reino de fora. Folha de São Paulo,Mundo Especial A13.25.jun.2016. 
2. NORTE,Diego Braga. Dicionário Oxford incorpora o neologismo Brexit Veja. - , 15 dez. 2016

"Dizem que estamos na época da pós-verdade.Trump é um exemplo, o Brexit outro... ; é a era em que sites e pessoas inventam mentiras contra candidatos,ideias ou pessoas famosas ( ou não) ,para atingir uma meta específica...Reputações podem ser destruídas por canalhas produtores de mentiras veiculadas nas mídias sociais".E continua Pondé que daí resulta uma vertente tanto econômica (publicidade,base dos clicks, quanto filosófica, incompreendida,para quem não é do ramo."Muitos que criticam na mídia a era da pós-verdade,(fake news, ou notícias falsas) têm uma agenda ideológica escondida que os desclassifica como críticos para a maior parte da população,que é associada à ideia de ser de esquerda e dizer a verdade"."Não tenho dúvidas de "haters",odiadores mintam". E isso prevalece tanto para a direita quanto para a esquerda."As plataformas das redes sociais acabam por pulverizar algo que Platão sabia,No mundo retórico das opiniões, ninguém sabe onde a verdade está."
1.PONDÉ,Luiz Felipe. A ópera bufa da pós-verdade.Folha de São Paulo,Ilustrada C6 27,fev 2017.


" Segundo os entendidos, são mais de 8.000 anos do predomínio dos homens no planeta terra.Pelo calendário gregoriano, são 2.017 anos que o cristianismo, religião dominante no Ocidente,prega a igualdade entre  os seres humanos, condenando a violência, o racismo e  superioridade de uma raça sobre a outra. Infelismente o atentado desta semana em Barcelona mostrou,mais uma vez, que a humanidade pode superar a brutalidade de certos animais.Neste particular, tivemos recentemente os casos mais dolorosos da raça humana: o holocausto nazista, a tragédia de Guernica (  na própria Espanha) e os diversos atentados, em várias regiões do  mundo em pleno século 21.Praticamente a cada ano uma grande cidade é devastada por criminosos que ,invocando deuses e territórios, colocam a raça humana no mesmo nível dos animais ferozes. O atentado atribuído até agora ao Estado Islâmico é uma prova de que estamos longe de uma sociedade justa.O noticiários desse dias cita os detalhes da carnificina em Barcelona, que se somam às barbaridades de Londres,Nice,Estocolmo,Manchester e outras cidades que consideramos civilizadas...Não adiantaram o sonho de  Martin Luther King, Nelson Mandela,Mahatma Gandhi e Jesus Cristo. Com lamlentável periodicidade,somos obrigados a admitir o bárbaro estágio em que vivemos..."
CONY, Carlos Heitor. A raiz dos ódios.Folha de São Paulo. A2 Opinião.20 ago.2017.



1.ROSSI,Clovis. Allepo, O túmulo da humanidade.  Folha de São Paulo  15 Dez. 2015
"O primeiro a fazer a denúncia sobre Allepo , foi Jens Laerke , porta-voz da ONU para assuntos humanitários, assim que as forças da ditadura Síria entraram na parte rebelde de Aleppo : "Houve um completo derretimento da humanidade em Aleppo: " Foi pior: em editorial desta quarta feira, o" Le Monde" escreve que Allepo foi "o túmulo do direito internacional, da ONU, de um mínimo de decência e de humanidade"..."Se as comunicações modernas transformaram o mundo num vilarejo, esse pequeno mundo assistiu a um genocídio, em cores e no horário nobre, sem que ninguém fizesse nada para impedi-lo, ou ao menos atenuá-lo, o que já seria pouco. E houve tempo para isso. A guerra na Síria já vai para o sexto ano e 312 mil mortos.( Observatório Sírio de Direitos Humanos).Os refugiados, internos ou externos, são 9,5 milhões, ou aproximadamente 40% da população. Se fosse no Brasil,essas percentagens  significariam a mais de 80 milhões de pessoas, sem contar os feridos. Havería semelhante indiferença/impotência/inapetência para intervir?.. " . Minha primeira tentação é dizer que não " diz Clovis Rossi. E aí se lembra de outras situações: Holocausto(judeus), Srebrenica, na antiga Iugoslávia, (mulçumanos), Ruanda (negros). fica a sensação de que se está permitindo isso na civilização ocidental, a cuja cultura pertencemos Foi-lhes dado um ultimato: vocês serão aniquilados, sabem que foram abandonados por todo mundo....O Ocidente é culpado pela omissão e a Russia pela ação." Triste Ocidente.(1)

MELLO,Patrícia Campos.Fico feliz de vero pacto com o diabo ser repensado;divórcio entre a mídia e as gigantes da tecnologia,como Google e Facebook ; é doloroso no curto prazo,mas será saudável ,para todos;avalia crítico às redes sociais.Folha de São Paulo. A13.Entrevista de Franklin Foer ,43. 22,jan.2018.

" As  grandes empresas de tecnologia como Google e Facebook,Amazon, começaram a se divorciar da midia tradicional".Franklin  Foer, em seu livro "World Without Mind",fala da ameaça existencial das" Big Tec." que estão sofrendo pressão política e regulatória cada vez maior e não querem assumir a função de   "gatekeepers" de informações , de escolher o que é falso e o que é verdadeiro, o que é ofensivo e o que não é.Segundo Franklin Foer, estas empresas funcionam como portal de informação e a maneira pela qual organizam a informação determina nossa maneira de pensar:a informação que vem primeiro molda a nossa opinião.Usando os algoritmos que dão instruções para ir de A a B nos levam a visualizar simplesmente os resultados mais populares,não revelando as variáveis que usam nos algoritmos.Fazendo assim são tendenciosas.Como monopólios são "um perigo para a democracia..."   .No caso dessas empresas, isso é obvio---elas permitem a proliferação de mentiras, teorias da conspiração,estão destruindo a mídia tradicional".O "New York Times" e o "Washington Post "criaram "pay walls" (acesso restrito) e cobram assinaturas,embora não cobrem o suficiente para o faturamento que precisam.Com o tempo, notícias de qualidade serão  um produto mais elitista. ..                 

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