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domingo, 22 de abril de 2012

Evolução política ateniense e o espírito da Jônia.



Athens; turística. View of Acropolis.1 cartão postal.





1.1    O mito da origem na história ateniense.


   A história dos atenienses nasce do mito.Levaria muitos séculos antes que   aparecesse um Tucídides para fixar as regras com que escrever a história. Assim, o povo de Atenas, como qualquer outro do mundo,contava suas próprias origens com histórias que mais pareciam fábulas e que haviam repassado oralmente de geração em geração.   Nessas histórias a origem de tudo era uma deusa--Atená, que surgira da cabeça de Zeus (deus do Olimpo),uma figurinha muito rígida de armas em punho como podemos ver em muitos vasos antigos...O seu santuário erguuia-se acima do  penhasco mais alto da cidade,aquele que os antigos micênicos chamam ásty, e os gregos de épocas posteriores akropolis.





Os "Tolos"( cobertura do Santuário) de Atenea Pronaia.(1)


2.  Estrutura do regime.


             Legislativo-Bulé: Câmara alta.
             Eclésia- Assembléia do povo- orgão verdadeiramente soberano.   
             Executivo-30 magistratos ou estrátegos.            
             Heléia- tribunal para crimes civís e penais.           
             Aerópago-Tribunal para crimes religiosos.


3 A evolução política de Atenas


A evolução política de Atenas deu-se através dos seguintes regimes:monarquia,oligarquia,(oligos-pouco; arche-governo) ,democracia (demos- povo; kratos-poder). O desenvolvimento da democracia deu-se aos poucos. O jurista Dracon havia formulado leis repressivas ,que haviam sido reformuladas atravésde Sólon, "
Conhecemos o nome de nove reis, que reinaram em Atenas e, são lembrança do período arcaico.
Sabe-se ao certo que a monarquia entrou em decadência a partir do fim da Idade Micênica em que pode-se notar a ascenção da classe aristocrática dos grandes criadores e latifundiários...
De certa forma, neste período,também havia um rei em Atenas : um dos nove  magistrados que em tempos arcaicos talvez formasse o governo da cidade e eram  chamados de arcontes ( os que mandam) e havia o título de basileus, isto é o rei.
Atenas tinha instituições muito parecidas com qualquer polis grega.
O poder estava nas mãos dos aristocratas,que  sentavam-se no Conselho e, elegiam os orgãos do governo, como o colégio dos nove arcontes e a assembléia dos ex-magistrados, chamada aerópogo, aos quais cabia o controle da vida política da cidade.
 Eles possuíam todas as terras mais ou menos férteis, nas quais, produziam principalmente azeite e vinho ( o trigo era importado). Os terrenos mais pobres eram destinados à criação de ovelhas, cabras e à apicultura, produzindo um mel muito procurado e de excelente qualidade...Os pequenos proprietários passavam fome: não podiam enfrentar a concorrência e mergulhavam cada vez mais num mar de dívidas.
Quem não pagava tornava-se legalmente escravo do credor...
Quando a tensão social se tornava intolerável a solução era a migração ; não sem antes consultar o oráculo de Delfos, que iria nomear o Ecista (oikites) , isto é o fundador, que iria chefiar a expedição e indicar o lugar onde se fundaria a nova colonia.
Os atenienses fundaram diversas colonias na Asia Menor ; uma delas Mileto, foi durante muito tempo a mais próspera, rica e civilizada cidade do mundo antigo.






Seção do friso do tesouro dos Sifínios. "Cuadriga" perante o altar.(1)


3.1   Reformas políticas e classes sociais.


Perto do fim do sec.VII, a situação chegara a um ponto de ruptura.Os aristocratas.envaidecidos por sua ascendência heroica , mantinham uma atitude altiva e desdenhosa. Só tinham a obrigação de defender a pátria e lutavam a cavalo ou em carros de guerra, nos quais o nobre se mostrava em todo seu prestígio com sua armadura segurando o escudo com os símbolos da família. Usavam cabelos longos reunidos numa espécie de coque no alto da cabeça e protegidos pelo elmo.Quando saiam sem o elmo, perfumavam o cabelo com essências raras e enfeitavam-no com agulhas na cabeça em forma de cigarra de ouro.
Exigiam constantes presentes e dádivas e fortaleciam seu poder com alianças matrimoniais dentro de seu clã (ghenos) ou com outros clãs de prestígio.O ghenos (gens - indica o nascimento, a geração, o vínculo de sangue)--- era o fundamento do poder dos aristocratas, e dentro dele, o patriarca exercia a justiça, resolvia as brigas, combinava os casamentos, definia a política a ser seguida em relação aos demais ghene e, em relação ao estado que eles controlavam completamente. Cada ghene tinha seu herói fundador, ( o antepassado da família dominante ), ao qual se tributava um culto num pequeno templo votivo (heron). Mesmo assim, havia um Estado, com suas instituições políticas, religiosas, administrativas e militares...
As demais classes sociais eram formadas pelos pequenos proprietários que cultivavam suas próprias terras e vendiam seus produtos, pelos trabalhadores braçais, quase sempre destituídos  de qualquer posse, " homens de nada", segundo definição de Homero.Os escravos ,eram objetos a serem comprados e vendidos, mas parece que na maioria dos casos eram tratados com humanidade. Esta situação gerava muita rebelião e distúrbios e até as classes dominantes sentiram a necessidade de fazer alguma coisa ;um homem de grande sabedoria foi nomeado Arconte.


3.1.1 Sólon


 Também era poeta e traduzia seu pensamento político em versos
Como as poesias antigas eram verdadeiras canções acompanhadas de música, entendemos melhor como ele atingia o povo.
Ao tornar-se arconte, levou adiante uma série de reformas.
Antes de mais nada ,aboliu o costume de escravidão por dívidas  com efeito retroativo, de forma que também foram soltos os que haviam sido escravizados no passado.
Dividiu a sociedade de acordo com a renda.
Nos séculos  seguintes, quando os atenienses escolhiam para si a instituição democrática, atribuíram a Sólon sua origem. Entretanto, não foi bem assim, pois sua reforma de renda foi calculada segundo a produção agrícola, o que é típico das sociedades baseadas no latifúndio.
Sua divisão de classes foi estabelecida  de acordo com o censo, decretando que somente os cidadãos das duas classes superiores podiam ter acesso aos cargos públicos do governo; os da terceira classe poderiam aspirar a cargos administrativos. Aos  que nada possuíam , foi concedido sentar-se na Assembléia que elegia os magistrados, a Eclésia; assim como no tribunal popular, a Heléia ,que entre outras coisas, julgava o desempenho dos magistrados em fim de mandato.Criou um conselho dito, dos Quatrocentos,( cem representantes para cada uma das quatro tribos da Ática), que se encarregavam de preparar a ordem do dia da Assembléia, precavendo-se contra eventuais anomalias, tipo extremista.
A grande novidade desta reforma era que os cidadãos podiam passar de uma classe para outra, quando a renda aumentasse, tendo então a possibilidade de entrar na gestão da coisa pública.
Já não havia uma sociedade imóvel,que prezasse somente  o direito de sangue e da linhagem.
Antes que se passassem  cem anos da reforma de Sólon,  com a desvalorização da dracma ( a moeda grega), maior número de cidadãos deixaram de ser pobres, tornando-se aptos para a coisa pública.


3.2   Mudanças sociais em Atenas


Entre meados do sec, VII e o começo do VI,  A.C.começou a se delinear  uma nova classe social que iria marcar profundamente a história de Atenas: a dos artesãos , comerciantes e homens de negócio.
Essa nova classe, geradora de renda, percebeu o grande potencial dos dois principais produtos agrícolas da Ática : o azeite e o vinho.
Principalmente em relação ao vinho, soube criar "um gosto, uma moda, podemos dizer, até um estilo de vida" que foi exportado para todo mundo conhecido. Na base deste costume social havia o " simpósio", que nada mais significa que "beber juntos",( uma espécie de drinking- party  de cunho exlusivamente masculino) .(4)

Uvas "Rosaki".(2)


Os convivas reuniam-se na casa do anfitrião e ficavam deitados em sofás sem costas e de um só braço, estofados do lado da cabeça., no qual apoiavam o cotovelo esquerdo.Diante do sofá havia uma pequena mesinha na qual colocavam os pratos e taças.O vinho era servido bastante aguado e era considerado um costume dos bárbaros, tomar um vinho puro, como o nosso vinho moderno. O que importava no Simpósio era ficar á vontade, entre amigos, conversando sobre qualquer assunto : esporte, música, arte,teatro, amores.As mulheres livres não eram admitidas.As únicas mulheres que podiam ser admitidas nos Simpósios eram as Heteras, palavra que significava companheiras,jovens muito bonitas elegantes e cultas, capazes de tocar instrumentos, dançar, conversar e claro fazer amor...um entretenimento completamente normal que acontecia no próprio lugar do simpósio. O aparelho para o Simpósio (conhas, jarras,ânforas,copos, taças, cálices,todos de fina cerâmica decorada com figuras pretas nas quais  os detalhes anatômicos e as roupas eram desenhados com leves traços de tinta branca.( 4)

4.   A tiranía

A palavra tirano, lastimada e odiada pelos séculos, indica a forma pela qual um homem governa sozinho, com poderes absolutos.
A própria Atenas teve o seu tirano, e isso desmonstra que as reformas  de Sólon , haviam deixado inalterados "profundos desequilíbrios do povo ateniense."
Psístrato chegou ao poder de uma forma gradual.
Segundo Heródoto (op.cit. 4), como aspirava à tirania, certo dia feriu-se e apareceu num carro," ofegante e sangrando na praça do mercado, dizendo que seus adversários políticos haviam tentado matá-lo e pedidndo que o povo lhe reservasse uma guarda pessoal, pois era um herói de guerra e líder político". A partir daí passou a circular cercado de guarda-costas armados. Certo dia ocupou  a acrópole  com a ajuda de seus homens assumindo o poder.
O mais interessante é que Heródoto lhe atribui respeito pelas instituições e habilidade administrativa.
Naquele momento a força do estado era grande e duas facções estavam em luta, havendo uma total confusão institucional.
Certamente tentou conter o poder exagerado dos aristocratas e novos ricos, implantando uma distribuição de riqueza mais justa, trazendo ordem na cidade e melhor distribuição econômica
.Uma luta política levou-o ao exílio por onze anos, que passou recolhendo recursos nas cidades  que lhe deviam favores e alistando mercenários.
 Retomo
 "Essas reformas também não aboliram as instituições sociais tradicionais nas quais se baseava a sociedade: permanecendo as fatrias, em que eram subdivididas as quatro velhas tribos da Ática ---grupos de família que provavelmente derivavam de antigas contrarias de guerreiros---assim como permaneciam as heterias (sociedades) irmandades secretas dos aristocratas.Cabia  às fatrias o registro dos cidadãos, assim como era dentro delas que " os jovens celebravam o rito de iniciação à virilidade.
Com o passar do tempo o demos atingiu tal importância que acabou fazendo parte dos onomásticos das pessoas. Deixou-se de classificar as pessoas pelo patromínico (por ex.Eupito, filho de Antenor) e passou-se a designá-las pelo demo de origem (Eupito do demo de Arcane).
Os cidadão também elegiam 10 estrategos, um para cada tribo: que iriam guiar o exército nas guerras.
Essas reformas tinham como base o sufrágio universal, no sorteio dos cargos a fim de evitar o fenômeno da corrupção ,isso no ano 580 A.C.), como é oportuno frisar; visavam também o equilibrio de todas as classes sociais na gestão da coisa pública. Favoreceu a classe média urbana, procurando evitar a migração de camponeses para a cidade.
 Não foram  poucos os seus merecimentos: ele  procurou manter relações decentes até com os aristocratas.  Distinguiu-se na construção de santuários. entre os quais o de Zeus Olímpico.
Durante o seu governo houve um aumento da arte da cerâmica, que com sua beleza e qualidade se impôs aos concorrentes do Mediterrâneo.
Desenvolveram-se também ,formas de arte destinadas a alcançar o maior prestígio, como a escultura em mármore, em bronze, a arquitetura e o teatro.
Além disso,  foi com seu patrocínio que se organizou a primeira " edição crítica" dos poemas homéricos---pedra fundamental da filologia moderna.(4)
Morreu de doença em 527 A.C. e sua morte foi muito lastimada
Parece que a tirania foi,  praticamente, um estágio obrigatório pelo qual, embora com resultados diferentes, tiveram que passar todas as cidades do mundo grego, oriental ou ocidental.
Sucederam-lhe seus dois filhos ,decorrendo 14 anos de relativa tranquilidade, que terminou com a morte violenta de um dos irmãos, permanecendo o outro, Hípias no poder.
Com a intervenção de Esparta (Cleômenes), Hípias teve de se refugiar na Asia Menor e os aristocratas (alcmeônidas ) voltaram a Atenas providenciando para que a tirania nunca mais pudesse vingar.

5.   A democracia 


Clístenes ,autor dos primeiros conceitos democráticos da história da humanidade, foi quem elaborou a nova Constituição.
.Ao tornar-se arconte Clístenes lançou uma reforma bem complexa, agindo no plano territorial: juntou as aldeias e vilarejos da Ática em comarcas chamadas "demos", palavra que significava ao mesmo tempo povo e vilarejo.Os demos foram depois reunidos em conjuntos de dez, com cada conjunto representado uma das três regiões com que formavam a Ática; a partir desses trinta grupos foram estruturadas dez tribos que deviam eleger cada uma cinquenta representantes que iriam formar o órgão legislativo chamado Bulé (conselho).Cada um desses  grupos de cinquenta representantes, detinha a direção do conselho ( Pritania), pela décima parte de um ano.Além disso, cada tribo era formada por três componentes que representavam os habitantes da costa, das planícies e das montanhas, para que os colégios eleitorais fossem bem representados também do ponto de vista social.Surpreende é que um aristocrata como Clístenes, membro de uma família que sempre usufuira do poder, conseguisse produzir um sistema político, destinado a tornar-se modelo de convivência civilizada para os povos do mundo inteiro e, que agora, depois de 25 séculos, continua insuperado. É claro, que a constituição de Clístenes ,foi apenas a conclusão de um longo processo iniciado por Sólon e, depois, paradoxalmente, continuado por Psístrato, que criou as premissas econômicas e sociais sobre as quais a democracia poderia assentar as suas bases".(4)









Seção do friso do tesouro dos sifínios. Batalha dos gregos contra os troianos e dos deuses contra os gigantes.
(1)



Durante mais de um século, depois da guerra contra a Pérsia, Atenas e Esparta lutaram pela liderança na Grécia.Dificilmente duas cidades poderiam ser mais diferentes. Atenas estava num ponto de convergência, sendo um movimentado centro industrial e comercial; seu principal produto agrícola era o azeite de oliveira ,fabricado principalmente para exportação; seu porto ,o Pireu, era um dos maiores do Mediterrâneo.
Esparta,isolada no remoto vale do Eurotas, era um estado que gozava de auto suficiência agrícola; sua única moeda eram barras de ferro. Atenas estava sempre cheia de estrangeiros, tanto visitantes, quanto moradores permanentes; em Esparta os estrangeiros eram recebidos e periodicamente expulsos. Atenas era uma potência naval ; a força de Esparta estava em seu exército.
Os atenienses embelezavam sua cidade com esplendidos templos e soberbas estátuas. Esparta parecia uma aldeia que crescera demais. Atenas produzira grandes dramas, as tragédias de Esquilo, Sófocles, Eurípedes e Aristóteles, sendo o berço historiadores como Tucídides e Heródoto, e de filósofos como Platão e Aristóteles. Esparta não teve arte, nem literatura e não desempenhou nenhum papel na vida intelectual da Grécia. Acima de tudo, Atenas era  progressista, fervilhando de idéias novas.Esparta era intensamente conservadora e se apegava profundamente a uma constituição arcaica.(1)




Estátua em bronze de flautista.Começos do sec.V a.C.(1)

6.  A educação ateniense antiga

Até aos 7 anos a criança era guiada pela ama ou escrava. Dedicava-se a brinquedos como:pião,roda, balanço, perna de pau. Depois dos 7 anos a criança era entregue aos cuidados do pedagogo, que a levava à escola onde aprendia música ( recitar poemas ao som da lira) luta, escrita, leitura e gramática."Ginástica para o corpo e música para a alma".




Incensário de bronze.Meados do sec. V.a.C.(1)


Este estilo de vida levaria à "sofrosine", que era o domínio das paixões pela razão.
A educação deveria ser completa e constituir-se numa mente sã num corpo são. Repetia-se ao jovem que a grandeza individual estava a serviço do bem público. O ensino era concebido como meio de proteger o estado---instrução cívica, condição indispensável para a obtenção da cidadania.
Didascalia- Escola de instrução na qual o gramatiste ensinava a gramática.
Palestra-vem de palaio-lutar. Cultivo do corpo através do pentatlon: salto,corrida, lançamento do disco, lançamento do dardo, luta.
Ginásio-Aos 16 anos a educação da palestra era substituída pela do Ginásio. Estudavam as fábulas de Esopo, Homero, Esiodo. Através de Sólon: história, religião, geografia, ciências naturais. A dança tinha caráter religioso e visava a expressão do espírito através dos movimentos.
Ginasiarca- Era o encarregado supremo dos alunos e das escolas.
Efebia- Aos 8 anos, se revelasse qualidades necessárias, o jovem entrava para a lista de cidadãos livre. Fazia o juramento ao estado, aos deuses e à tradição, recebendo o equipamento de soldado e trocando a vestimenta de jovem pela de cidadão. Dedicava-se então à vida em acampamento , fazendo um estágio nas fronteiras da cidade. Para isso era treinado na luta livre violenta, em armas pesadas, arco e equitação.(3)




Figuras de bronze de atletas sobre a mesma base.Primeira metade do sec. V. a.C.(1)


 6.1  O espirito da Jônia


O papel dos jônios no desenvolvimento do espírito grego foi o de liberar as forças individuais, inclusive no campo político. Os traços da personalidade jônica são: vivacidade, amor à liberdade, largueza de vistas e inciativa pessoal. A elevada estima do direito por parte dos poetas e filósofos da Jônia, não foi mais do que um reflexo da importância fundamental que o direito teria na vida pública daqueles tempos.
Cumpre ressaltar os dois sentidos de justiça: como "themis", significa a autoridade do direito ( Zeus dava aos deuses homéricos "cetro e themis") ;como "dike" significa o cumprimento da justiça.
Com o desenvolvimento político de Atenas o anseio pela "dike" tornou-se cada vez maior. A "dike"constituiu-se em plataforma da vida pública, perante a qual são considerados iguais grandes e pequenos.
O termo " dikaiosine"", conceito pelo qual evitamos transgressões e, nos mantemos dentro de um limite, veio da progressiva intensificação do sentido de justiça e, da sua expressão num determinado tipo de homem, numa certa "arete."

6.1.1    A "areté" jônica    

A vontade de justiça que se desenvolveu na vida comunitária da "polis", converteu-se numa força formadora do homem, análoga ao ideal cavaleiresco do valor guerreiro nos primeiros estágios da cultura aristocrática.
A justiça tornou-se a "areté" por excelência, desde o instante em que se julgou ter na lei escrita o critério infalível do justo e do injusto. A valentia perante o inimigo até ao ponto de dar a vida pela pátria, foi uma exigência imposta aos cidadãos, pela lei, e sua  violação, acarretava penas graves. O antigo e livre ideal da "areté" heroica dos heróis homéricos, converteu-se em rigoroso dever para como o estado.
O conceito de justiça ,como a forma de"areté " que engloba e satisfaz todas as exigências do perfeito cidadão, supera naturalmente todas as outras formas anteriores. Todavia, os graus anteriores de "areté" não são suprimidos, ao contrário, são elevados à sua forma mais alta. Platão pretende subordinar a valentia à justiça. Segundo ele toda a "areté" está incluída no ideal do homem justo".(3)

6.1.2      Características do individualismo jônic

"É altamente significativo que o gênero de individualismo que com assombrosa independência se manifesta na arte grega (poesia), se não exprima à maneira moderna, como simples experiência da sensibilidade do eu intimamente  intuída em relação à sua dependência ou independência do mundo, mas como um simples transbordar de sentimentos...O pensamento e o sentimento do poeta grego, permanece, sempre, mesmo dentro da esfera do eu, submetido a uma norma e a um dever ser ...
Individualidade não é para eles o sentimento cristão e moderno do eu, da alma individual, cônscia de seu íntimo valor. Para os gregos o eu está  em viva e íntima conexão com o mundo circundante, com a natureza e com a sociedade humana--nunca separado e solitário. É na medida em que o indivíduo grego se contrapõe ao mundo exterior, regido por leis próprias que ele descobre suas próprias leis internas "(3)





1. ATENAS e Esparta.-In: LOOYD-JONES,H. O mundo grego.  Rio de Janeiro, Zahar,1977  
2. A EDUCAÇÃO ateniense durante o antigo período grego.In:-MONROE,Paul. História da educação São Paulo,Nacional,1958,p.43-55
3. JAEGER. Paideia.Mexico, Fondo de Cultura, 1952.
4. MANFREDI,Valerio Massimo.Akropolis;a grande epopéia de Atenas,trad. Mario Fondelli.Rocco,Porto Alegre,L&PM Pocket,2010.

Relação de fotos:


1.  DEKÓPULOS,I..Fotos  .IN:-KÓNSOLA,Dora.Delfos;el emplazamento arqueológico y el museo. Athens, Olimpia,(s.d.)
2.  DELINIANNAKIS,Jorge.et. al.Fotos.In:-CRETA.Atenas, Pritsilos Bros. s.d.
       






    
      


OLIMPÍADAS - GRÈCIA - BRASIL

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